segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Como uma xícara muito bem quebrada...



Algumas relações machucam a gente tão profundamente
Que são iguais a uma xícara que se quebra em muitos pedaços


Mas em tantos pedaços
Mas tão bem quebrada
Que é impossível colá-la de novo e fazer com que volte a ser uma xícara
Por melhor que seja a cola
Por mais exímio e perspicaz que seja o artesão
Fica sempre uma fissura irremediável
E o que quer que você coloque dentro
Vaza...



Fico aqui com medo dos sorrisos amarelos que vou dar
Fico aqui com várias voltas na barriga
Matigações do intestino
Frios na espinha
E revivendo as lágrimas roladas
A dor vivida
Que se mostra tão presente
As feridas estando ainda tão abertas

O tempo passou
As coisas mudaram
Eu não fui derrubada de novo, pelo contrário, agem de forma a estender tapetes por onde eu vá caminhar
Mas eu manco, porque caí e da queda ainda doem os ossos
A relação se quebrou de uma forma que não se volta
Perdeu-se um algo, se teve que sufocar um algo que não se retoma


Se suporta, mas não se cura
É a perda de um momento que era pra ser de alegria e paz, porque forçado ao silêncio, não se esquece
A mágoa fica, pode ir diminuindo com o tempo, mas fica.


Então não adiantam os tapetes vermelhos
Se eles são estendidos em cima da carne ainda tão machucada

Estou como uma xícara muito bem quebrada que tenta se remendar
A gente suporta, engole, enfrenta, mas de cabeça só meio erguida

E não posso dar mais a você do que um sorriso amarelo que pode até dizer um leve brisa de alegria pela mudança de comportamento que deveria estar presente desde o princípio, mas que vem faz tremer o rosto com qualquer coisa de medo, de nervoso, de dor e de vergonha."
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Anônima

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